O conceito de “Idade Média” não era contemporâneo ao homem do medievo (i.e. o homem medieval não se via como “medieval”), mas uma criação de períodos históricos posteriores. Com isso seus idealizadores objetivavam estabelecer um contraponto entre a dita “Idade Média” e sua própria época. Sendo assim podemos dizer que (1,0):
- a) O conceito de “Idade Média” surge com os pensadores iluministas – como Rousseau – na tentativa de exaltar as qualidades da “Era Moderna” do século XVIII, opostas a suposta “barbárie” do medievo e da Antiguidade.
- b) A “Idade Média” surge no Renascimento como uma forma de periodização didática da história do ocidente cristão, por parte dos pensadores humanistas do século XVI (como Rabelais, por exemplo).
- c) Fruto das inovações propostas pela Escola dos Annales, o conceito de “Idade Média” nasce como uma continuação da Antiguidade greco-romana (especialmente do período do Baixo Império Romano) e que se estenderia até o século XVI, naquilo que Jacques LeGoff viria a chamar de “a Longa Idade Média.
- d) Pensadores renascentistas criam o conceito de “Idade Média” como algo pejorativo; insinuando uma suposta interrupção do “progresso” humano greco-latino, retomado apenas no século XVI
- e) Uma elaboração característica do positivismo do século XIX, na tentativa de uma classificação simplificadora do período entre o final da Antiguidade e o Renascimento.